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Mostrando postagens de abril, 2021

A importância da luta pela licença compulsória da vacina contra Covid-19, por Wilson Júnior

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A importância da luta pela criação, produção e aplicação gratuita de vacinas massivamente está na ordem do dia, mas, produzida a vacina contra a Covid-19, qual o real quadro para atendimento de toda a população mundial? Qual tem sido o papel dos países ricos e em desenvolvimento para garantir a vacinação, indistintamente, de toda a população mundial? Até março de 2021, existem 11 imunizantes em utilização no planeta, além de 261 vacinas em desenvolvimento e 79 em testes em humanos. A cada semana novas vacinas avançam no seu desenvolvimento e aprovação. Segundo um estudo da  Economist Intelligence Unit  sobre as vacinas contra a Covid-19 no mundo, as nove principais empresas, em ordem de classificação, são: Pfizer (EUA) em parceria com a BioNTech (Alemanha); AstraZeneca (Anglo-sueca) em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido); Moderna (EUA); Sputnik V (Russa), da empresa Gamaleya Centre; Vacina da SinoPharma (China), Coronavac do laboratório Sinovac Biotech (China),...

Sem censo, sem bom senso

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Nós, cientistas sociais e estudantes da área, repudiamos profundamente a decisão do Governo Bolsonaro de, em duas tesouradas, cancelar o Censo Demográfico de 2021. Realizada a cada 10 anos pelo IBGE, a pesquisa coleta informações de aproximadamente 70 milhões de domicílios e trata-se do mais importante instrumento balizador da formulação e implementação de políticas públicas no Brasil. O Censo constitui a única fonte de referência sobre a situação de vida de toda a população brasileira. É o primeiro instrumento estatístico a colocar sob a lupa a realidade desses brasileiros. E não só isso -- porque o Censo também é essencial para transformar essas realidades. É pelos dados do Censo que dimensionamos a necessidade de políticas sociais e de transferência de renda e também por meio dele que  se define o montante de recursos a ser distribuído pela União a cada município e Estado. O orçamento de 2021, aprovado com mais de quatro meses de atraso e com cortes em diversas áreas essenciais ...

A solução dos transportes para a Economia de Baixo Carbono, por Guilherme de Castro

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Em consonância com os textos anteriores do blog do Desajuste que abordaram de alguma forma a Economia de Baixo Carbono, este artigo pretende discorrer brevemente sobre uma das soluções para o problema da redução de emissões ao qual se propõe essa vertente da economia. A mobilidade elétrica já integra o leque de soluções de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em muitos países, e para o Brasil não deve ser diferente. Embora ainda incipientes, no país existem diversas ações em andamento no sentido de promover uma mobilidade mais sustentável, bem como medidas regulatórias de financiamento, de capacitação profissional, etc.  Inicialmente, o texto procura, de forma não exaustiva, apresentar algumas dessas iniciativas que foram ou têm sido desenvolvidas no país a fim de promover ou garantir a adoção da mobilidade elétrica. Depois, são abordados os caminhos que podem ser adotados para melhorar esse cenário e atender às metas nacionais e internacionais de redução de emissõe...

Investimentos ESG: Uma saída prática para a preservação ambiental, por Paola Pellacani

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A temática ambiental é conhecida pelo mundo corporativo há décadas, quando em 1992 foi realizada a Conferência das Nações Unidas no Rio de Janeiro para discutir aspectos relacionados à questão do desenvolvimento econômico e meio ambiente.  Embora esse seja um tema antigo, nem sempre foi tratado com atenção pelo setor privado. Este priorizou a maximização dos lucros no curto prazo, relegando investimentos de longo prazo, como ocorre na antiquada utilização de Carvão Mineral como fonte de energia - não renovável e com alto teor de emissão de Carbono - em detrimento de investimentos consistentes em energias limpas e renováveis, que demandam maior prazo para retorno dos investimentos. Conduta semelhante também ocorre no setor público: aqui, as políticas ambientais ficam concentradas na remediação de danos. O tema ‘meio ambiente’ voltou aos holofotes da sociedade civil e do mundo corporativo no cenário pós-pandemia de Covid-19, junto com os temas ‘governança corporativa’ e ‘responsabili...

Pandemia, desindustrialização do país e a primeira variável capaz de transformar essa situação, por Wilson Júnior

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Entre as décadas de 1930 e 1970, o Brasil passou por um processo acelerado de industrialização comandado pela política de substituição de importações. Naquele período, o papel central do Estado também se manifestou através de um controle cambial quando diversas taxas de câmbio eram administradas de modo a estimular a produção interna e evitar que os produtos importados entrassem no país com um preço muito mais baixo, o que poderia vir a prejudicar os rumos da industrialização nascente. Nas duas décadas seguintes, as teorias liberais retornaram com toda força no cenário mundial. Em grande medida, o Consenso de Washington dos anos 1990 estabeleceu um conjunto de regras e reformas estruturais visando obter a estabilidade macroeconômica, sendo que uma dessas regras específicas dizia respeito à manutenção de uma taxa de câmbio de mercado. A taxa de câmbio, que até então atuava em um sentido mais protecionista no âmbito das políticas econômicas, passou a ter um caráter de liberar o mercado d...

Lembrar sempre, esquecer nunca e comemorar jamais!

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Há 57 anos, no dia 01/04/1964, se consumava um golpe de Estado no Brasil. Apoiada por uma aliança conservadora entre militares, setores do poder judiciário, da sociedade civil e da mídia, a ditadura que durou 21 anos foi responsável por prisões políticas, torturas e assassinatos, desaparecimentos e exílios. Gerou um aumento brutal da desigualdade no país e nos legou uma recessão profunda. Sob o pretexto falacioso de eliminar uma inexistente ameaça comunista e uma caricatura corrupta construída sobre os governos populares, a elite brasileira mobilizou sentimentos conservadores para viabilizar seu projeto de poder de maneira autoritária. A necessidade de reformas econômicas “urgentes” contra “aqueles que quebraram o país” foi, do ponto de vista intelectual, uma das justificativas para levar os militares ao poder.  As sucessivas tentativas de criminalizar movimentos sociais, organizações políticas e qualquer tentativa organizada de defesa dos direitos humanos caracteriza o momento que...